A alta ocorrência da mortalidade materna é um grave problema para a Saúde Pública, pois são óbitos evitáveis. Desta forma, sua ocorrência configura-se enquanto uma iniquidade em saúde e, portanto, uma violação dos direitos humanos afetando diretamente a garantia de direitos sexuais e reprodutivos. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu como meta para o terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS - 3) a diminuição da mortalidade materna mundial para menos de 70 óbitos a cada cem mil nascidos vivos. Isto posto, objetiva-se neste trabalho analisar a situação dos municípios que mais negligenciaram a saúde da mulher no último triênio (2019 a 2021) por meio de uma cartografia de síntese. Destarte, o trabalho foi construído através da análise conjunta das taxas de mortalidade materna nos municípios paulistas, considerando a situação anterior e no decorrer da pandemia da COVID-19. No que se refere aos 645 municípios do Estado de São Paulo, apenas 76,3% (492) estão adequados ao ODS 3, 22,2% (143) apresentaram aumentos elevados durante a pandemia e 6,4% (41) diminuíram a taxa de mortalidade materna.
Onde esta publicado: SIMON, Carolina Russo; LIMA, João Pedro Pereira Caetano de; GUIMARÃES, Raul Borges. A MORTALIDADE MATERNA E A COVID-19 NO ESTADO DE SÃO PAULO (2019 a 2021). In___MARQUES DA COSTA, Eduarda; LOURO, Ana. Desigualdades em saúde, desigualdades no território: desafios para os países de língua portuguesa em contexto de pós pandemia. 2022. capítulo disponível clique aqui